Jejum intermitente: o que é e como funciona?

Cada vez mais ouvimos falar de jejum intermitente e dos seus benefícios como prática e regime alimentar. Mas afinal, o que é o jejum intermitente e como deve ser posto em prática?


Jejum, fasting, jejum intermitente, jejum prolongado… Com tantas expressões diferentes, será que é tudo a mesma coisa? Que impactos é que tem no nosso corpo e no nível de energia ao longo do dia?


Dentro dos diferentes métodos de fazer jejum, há dois que se destacam:


- Jejum 5/2

Consiste em comer livremente cinco dias da semana e fazer uma forte restrição calórica nos outros dois dias: em resumo, deve consumir apenas 500 calorias diárias para as mulheres e 600 calorias diárias para os homens.

- Jejum prolongado diário de 16 horas.

O mais frequente e mais praticado em Portugal, tal como o nome indica, é um período prolongado de tempo sem ingerir nenhum alimento.



O que acontece ao nosso corpo quando estamos em jejum?

Vamos ao que interessa: perceber o que acontece ao nosso corpo e ao nosso metabolismo quando jejuamos.


O corpo humano é uma máquina muito bem feita e, quando está nas suas plenas condições, pode-se programar para se compensar depois de uma refeição — ou para se auto equilibrar num período de jejum.


De uma forma simplista, quando comemos libertamos uma hormona – a insulina – que tem um efeito anabólico, ou seja, faz com que os nutrientes (não utilizados) sejam armazenados no nosso corpo para serem usados mais tarde, num período de carência, fazendo uma reserva natural de gordura no corpo.


Por outro lado, quando estamos em jejum, o corpo liberta outra hormona – o glucagon/ glucagina – que tem o efeito contrário à insulina e vai buscar nutrientes às nossas reservas para o corpo usar como fonte extra de energia.


Tendo isto em conta, a hormona do jejum pode ter um impacto positivo no nosso organismo, uma vez que favorece a perda de gordura corporal.


É essencial encontrar um ponto de equilíbrio entre estes dois momentos, uma vez que o corpo também não foi feito para aguentar sem comer durante muito tempo: jejuns prolongados levam à formação de corpos cetónicos (elementos que compensam o jejum), mas que em excesso também têm um impacto negativo no organismo.



Como deve ser feito o jejum intermitente?

A dieta do jejum intermitente defende que deve ser feito um jejum mínimo de 16 horas. Como é que funciona na prática:


• Fazer a primeira refeição por volta das 8h-9h e parar de comer às 17-18h;

Ou

• Jantar por volta das 20-21h e só voltar a comer às 12h -13h do dia seguinte.


Seja qual for a opção preferida, o que importa realmente é que se sinta bem e em perfeita harmonia com esta forma de comer.


Fazer um jejum noturno de 12 horas é perfeitamente razoável e equilibrado e um hábito que a maioria das pessoas pode experimentar pôr em prática. É um pouco como voltar às origens: jantar quando o sol se põe, dormir cedo e ao acordar começar um novo dia, juntamente com um novo ciclo de alimentação.


No entanto, é importante destacar que o jejum pode ser um método saudável e confortável para muitas pessoas mas não substitui um regime alimentar completo e variado: pouco conta se praticar jejum durante o dia (ou à noite) e depois ter um alimentação desequilibrada e pouco saudável.

Com ou sem jejum, as nossas escolhas alimentares devem basear-se em alimentos ricos em nutrientes, não ricos em calorias “vazias".


Fazer jejum ajuda a perder peso?

O jejum pode ajudar inicialmente a perder alguns quilos extra, mas não é considerado um método efetivo de perda de peso, até porque depois dos primeiros quilos perdidos, há uma tendência para entrar numa fase de estabilização.


Neste sentido, e no que toca à perda de peso, estudos mostram que, a médio e longo prazo, não há diferenças significativas entre uma dieta dita tradicional e um regime de jejum intermitente.


Qualquer pessoa pode fazer jejum?

Os especialistas recomendam que se analise caso a caso e que se perceba efetivamente se fazer jejum é um método que se adapta à sua saúde.

Pessoas que sofrem de doenças como diabetes, resistência à insulina, síndrome metabólica, certos problemas gástricos, mulheres grávidas e crianças não devem fazer jejuns prolongados, bem como pessoas que sofrem de doenças de comportamento alimentar, depressão ou que não se sintam totalmente estáveis psicológica e emocionalmente.

Conclusão: apesar de alguns benefícios, não é um tipo de alimentação que deva ser adotado por qualquer pessoa, sem primeiro consultar um especialista.


E por aí, já existem adeptos do jejum intermitente?